Em um discurso que reverberou além dos corredores do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, proeminente figura do Supremo Tribunal Federal (STF), não hesitou em expor publicamente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na última quarta-feira (22), Moraes, com uma sagacidade pontuada por ironia, abordou a delicada questão de uma possível subversão institucional articulada pelo bolsonarismo contra a mais alta corte do país.
Em sua intervenção, Moraes revisitou um comentário feito pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meados de 2018, no qual Eduardo Bolsonaro sugeriu que bastaria "um cabo e um soldado" para interromper as atividades do STF. Moraes, ao repudiar tal retórica, ressaltou a resposta da instituição diante das ameaças com uma pitada de sarcasmo: “O cabo, o soldado, o coronel, estão todos presos e o Supremo Tribunal Federal, aberto e funcionando. Mas se disse que bastaria um cabo e um soldado”.
A resposta do ministro não apenas reflete uma rejeição ao discurso inflamatório, mas também se insere em um contexto político repleto de nuances. Ao mencionar os eventos subsequentes àquela declaração, Moraes não poupou sarcasmo ao destacar que não foi um ato isolado que testou a integridade do STF, mas sim uma série de eventos que culminaram em tentativas de desestabilização institucional.
“Não foi um cabo e um soldado, foram milhares de pessoas que destruíram o prédio do Supremo Tribunal Federal. Se foi para o confronto, foi para o confronto ao Judiciário para tentar exatamente garantir esse novo populismo”, declarou Moraes, enfatizando de maneira sutil a complexidade do contexto político e social que permeia tais episódios.
A ironia presente nas palavras de Moraes ecoa não apenas como uma defesa do STF, mas como um alerta sobre os perigos que rondam as estruturas democráticas do país. O embate entre poderes e ideologias exige não apenas vigilância, mas também ações que fortaleçam os pilares fundamentais do Estado de Direito.
